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quinta-feira, 1 de março de 2012

Após 19 anos na F-1, Rubinho vai correr na Indy


Recordista de participações na principal categoria do automobilismo mundial, Rubens guiará ao lado do amigo Tony Kanaan por toda a temporada 2012

O recordista de participações na Fórmula 1 vai correr na Fórmula Indy em 2012. Dono de 11 vitórias, 14 poles, 68 pódios e dois vice-campeonatos na principal categoria do automobilismo mundial, Rubens Barrichello iniciará nesta temporada uma nova fase em sua carreira, mudando-se para os Estados Unidos. Ele disputará todas as corridas – inclusive as provas em circuitos ovais – na equipe KV, com o carro número 8, como companheiro de seu amigo de longa data, o baiano Tony Kanaan, que renovou por dois anos. O patrocínio para a nova empreitada será de uma empresa brasileira, a mesma que apresentou, no fim do ano passado, uma proposta para que o piloto seguisse na Fórmula 1 pela Williams.
Rubens Barrichello teste Fórmula Indy Sonoma (Foto: Divulgação/KV Racing)Rubens Barrichello vai disputar a temporada 2012 da Indy pela equipe KV (Foto: Divulgação/KV Racing)
- Primeiro, queria dizer que esta nova fase da minha vida é muito feliz. Era uma coisa que não era esperada. Quando o Tony me convidou para os testes, fui com uma cabeça aberta, para me divertir. Não tinha em mente o que viria acontecer nas próximas dez voltas. Foi um sentimento único, um carro diferente, que me adaptei rápido. Com o apoio da equipe e do Tony, que foi o grande motivo de eu estar aqui, aceitei o convite - disse Rubinho.
O envolvimento de Rubens com a Indy começou quando ele recebeu um convite de Tony, no fim de janeiro, para testar o novo chassi que a categoria adotará neste ano, o DW12, após sete anos utilizando o mesmo carro. A intenção, segundo eles, era ter a opinião de um piloto experiente como Barrichello na busca pelo melhor acerto da nova máquina. Inicialmente programado para andar por dois dias no circuito de Sebring, nos Estados Unidos, Rubens fez também um terceiro dia de testes, quando foi o mais rápido da sessão.
- Não começo do zero, pois  tenho uma experiência longa no automobilismo. Será o meu 34º ano, o que faz com que eu comece em um patamar que não é o zero. Mas tenho muito o que aprender com o Tony. É impressionante como ele é rápido com pneu frio. O motor turbo é uma nova experiência. O uso dos freios de carbono é algo que carrego da Fórmula 1. Então, tem coisas do zero e coisas que estão andando. Mas no oval, por exemplo, não tenho ideia de como é o acerto, precisarei aprender. Meus companheiros serão importantes para isso.
Sem vaga na Fórmula 1 após a confirmação de Bruno Senna na Williams e diante do bom desempenho em seu primeiro contato com um carro da Indy, piloto e equipe deram início às negociações. Durante este processo, a presença de Tony Kanaan, piloto da KV desde o ano passado, pesou na decisão. Amigos desde a infância, ele e Rubens são sócios no IBK, uma entidade que atende instituições de caridade no Brasil. Dentro das pistas, já conquistaram oito vezes as tradicionais 500 Milhas de Kart. Compartilhando o mesmo box, a cooperação mútua no aspecto técnico, onde ambos são reconhecidamente fortes, pode fazer a diferença.
- Tive companheiros amigos e não tão amigos, mas nunca um irmão. Estava brincando outro dia, pensei como será minha disputa com o Tony, pois nunca fui um cara de amolecer, sempre fui aguerrido, de lutar por cada freada. De repente, com o Tony, pode ser que eu dê uma amolecida - brincou.
No último fim de semana, Barrichello e a KV voltaram a trabalhar juntos em uma nova sessão de treinos, desta vez na pista de Sonoma, também nos Estados Unidos. O desempenho não foi similar ao do primeiro encontro. Àquela altura, no entanto, um acordo já estava encaminhado para a disputa da temporada 2012 da Indy. Algo que fez com que Barrichello, que completa 40 anos em maio, precisasse vencer também um grande adversário: o receio da esposa Silvana com os perigosos circuitos ovais.
- No fim do dia do teste, recebi o convite para ser piloto da KV. Precisei correr, não só com os patrocinadores, mas em casa. A história da Silvana era verdade. Tinha prometido a ela. Nunca imaginei correr em um oval. Ela é a pessoa a quem tenho de agradecer, porque foi a partir daí que aconteceu tudo. Só tenho de agradecer por aos 39 anos de idade, aos 39 de segundo tempo, ter uma alegria como essa. Primeiro o papo foi só os mistos, depois surgiu Indianápolis. Já que vou fazer Indianápolis, faço tudo logo. Estou muito feliz por isso.

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