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sexta-feira, 23 de março de 2012

Doença misteriosa que afeta crianças devasta nordeste de Uganda


Autoridades sanitárias pesquisam as possíveis causas da doença desde 2009, sem sucesso

Foto: Reuters
Nancy Lamwaka tem hematomas por todo o corpo porque perdeu a capacidade de reconhecer o perigo


Na maioria das manhãs, Michael Odongkara leva a filha  para fora de casa e amarra o tornozelo da menina a uma árvore. Não é algo que ele goste de fazer. Mas a doença que provoca violentos ataques epiléticos diminuiu tanto a capacidade mental da criança, de 12 anos, que ela já não fala e, muitas vezes, se perde no caminho. Certa vez, ela se perdeu no mato por três dias.

"Dói muito amarrar minha própria filha a uma árvore... mas eu sou forçado a faze-lo porque quero salvar a vida dela. Eu não quero que ela se perca e morra em um incêndio, ou ande e se afogue nos pântanos próximos ", disse ele.

Lamwaka sofre de uma doença que está sendo chamada de “nodding syndrome”, ou síndrome do cabeceio (em tradução literal). De origem desconhecida e sem cura, as utoridades de Uganda estimam que mais de três mil crianças tenham sido afetadas pela doença. Nomeada desta forma por provocar episódios semelhantes a ataques epilépticos, a doença, que afeta principalmente crianças entre cinco e 15 anos, já fez mais de 200 vítimas em Uganda nos últimos três anos. Milhares de crianças no sul do Sudão também estão doentes.

Por que isso acontece?

A síndrome foi documentada pela primeira vez na Tanzânia em 1962. Cinquenta anos depois, os pesquisadores ainda não sabem o que ela é.

"Temos uma longa lista de coisas que não causam a doença. Mas nós ainda não temos uma causa definitiva", disse Scott Dowell, diretor da divisão de detecção global de doenças e resposta de emergência dos Centers for Disease Control (CDC).
Funcionários do CDC de Atlanta estiveram em Uganda durante nove dias em fevereiro, na última das três viagens para investigar a doença.

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