Pessimismo do empresariado requer mais ação política

O setor produtivo está com estimativas mais pessimistas para o desempenho da economia brasileira em 2012 do que o governo. É o que conclui o Sensor Econômico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Para os entrevistados, em média, neste ano o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 3,5%; a inflação avançará para 5,3%; e a Selic encerraria 2012 em 9,5%. O levantamento mostrou, ainda, que o setor produtivo trabalha com câmbio de R$ 1,75 ao final do ano e crescimento de 8,2% do investimento. Para a geração de empregos, os entrevistados projetam a criação de 1,9 milhão de postos de trabalho neste ano. Todas as referências estão aquém das metas e projeções do governo.

A pesquisa do IPEA é importante. Expressa as expectativas da indústria. Também revela erros de percepção.
É importante notar que o levantamento foi feito antes da última reunião do Conselho Monetário (COPOM), quando  a Selic foi rebaixada em 0,75 ponto e em cuja ata foi sinalizado que o piso para a queda da taxa básica de juros neste ano é de 9%. Ou seja, os juros estão decrescentes, próximos aos patamares pré-crise de 2008.

É esperar para ver

Também os investimentos cresceram – devem chegar a 20,4% do PIB este ano, um volume superior aos 19,1% do PIB, obtidos em 2008 – e a inflação cairá mais. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de fevereiro apresentou resultado de 0,45%, abaixo da taxa de 0,56% registrada no mês de janeiro. O consolidado de doze meses somou 5,85%, abaixo dos 6,22% relativos aos doze meses imediatamente anteriores.

Ou seja, é esperar para ver. De qualquer forma, falta ação política e mobilização da parte do governo junto ao empresariado. É o mínimo a deduzir dos resultados da pesquisa.