RIO - O exame arqueológico por câmera robótica de uma tumba intacta do século I em Jerusalém revelou um conjunto de ossuários de calcário judaicos ou "caixas de ossos", com uma rara inscrição grega e uma imagem iconográfica única. Para os acadêmicos, elas representam uma identidade distintamente cristã.
A inscrição de quatro linhas em um ossuário refere-se à Deus "levantando" alguém. Uma imagem de carvão encontrada em um ossuário adjacente mostra algo que parece o desenho de um peixe com uma figura humana em sua boca, interpretado pela equipe de escavação como uma imagem que evoca a história bíblica de Jonas.
No Evangelho, o "sinal de Jonas", mencionado por Jesus Cristo, foi interpretado como um símbolo de sua ressurreição. As imagens de Jonas no início da arte cristã, como imagens encontradas nas cataumbas romanas, são os temas mais comuns encontrados nas tumbas como um símbolo da esperança da ressurreição cristã. A história de Jonas, porém, não é representada em nenhuma manifestação artística da arte judaica no século I, e imagens iconográficas em ossuários são extremamente raras, dada a proibição dentro do Judaísmo de fazer imagens de pessoas ou animais.
A tumba em questão é datada do ano 70, quando o uso de ossuários em Jerusalém foi cessado, com a destruição da cidade pelos romanos. Portanto, se as marcas são cristãs como acreditam os acadêmicos envolvidos na escavação, as gravuras representam - e por muitos séculos - o mais antigo registro arqueológico de cristãos já encontrado. Juntas, a inscrição e a imagem de Jonas são um testemunho da esperança cristã na ressurreição. A tumba seria anterior inclusive à redação dos Evangelhos.
A descoberta é detalhada em um artigo escrito por James Tabor, professor e diretor de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte.
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