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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tecnologia naval: "a maior parte dos naufrágios se dá por erro humano"


Costa Concordia / Divulgação
Costa Concordia
Rafael Arbulu

O mundo voltou seus olhos para a costa da Itália no dia 13 de janeiro de 2012, quando o transatlântico Costa Concordia se acidentou na região. E apesar das acusações pesarem contra o comandante da embarcação, que teria cometido erros de percurso e teria sido negligente ao abandonar o navio antes da hora, as investigações também analisam aspectos físicos e tecnológicos sobre o transatlântico em si.

Aproveitando o assunto, o Olhar Digital procurou um especialista que pudesse falar sobre os tipos de tecnologia que existem dentro de uma embarcação desse porte e, mais além, sobre como elas podem influenciar ao evitar catástrofes similares à do cruzeiro Costa Concordia. Fomos atrás do Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima) e conversamos com o vice-presidente executivo da entidade, Roberto Galli.

A primeira coisa que Roberto salienta em nossa conversa: "Normalmente, [a causa dos acidentes marítimos] é falha humana. Só que o conceito 'falha humana' engloba muita coisa: pode ser uma manobra errada, pode ser negligência do comandante, pode ser também uma reação impensada sobre o que as leituras cartográficas mostram. Isso geralmente exige investigação extensa, pois essa falha pode significar muita coisa".

Mas neste caso, como usar a tecnologia para antecipar eventuais acidentes - ou incidentes? Segundo o executivo, existem diversas ferramentas tecnológicas que podem indicar problemas, antes mesmo do problema em si se apresentar: "os recursos estão aí para serem usados: mapas cartográficos e cartas náuticas são o equivalente marítimo para os mapas terrestres e servem para exibição de posição do navio bem como mostrar formações costeiras e submersas, como rochas subaquáticas. O sonar também tem essa mesma finalidade: ele usa ondas sonoras para posicionar formas aquáticas e planejar a rota do navio, da mesma forma que o GPS funciona em um carro, mas com mapas adaptadados".

"Os navios têm, inclusive, um sistema chamado 'AIS'", diz Roberto. "É meio que a versão marítima para o transponder dos aviões. Ele serve para localizar e identificar navios próximos - tanto em alto mar como em zonas portuárias. Ele dá o nome do navio e a posição - ajuda muito para, por exemplo, pedidos de socorro. O 'AIS' também funciona como 'caixa-preta', gravando todas as ações realizadas pela embarcação para fins de registro". Sistemas de navegação variados que traçam rotas seguras de forma automatizada também são comuns hoje, segundo Roberto.

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